segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Curiosidades de Marte

Marte tem aproximadamente metade do diâmetro da Terra. É menos denso que a Terra, com cerca de 15% do volume da Terra e 11% da massa. Sua área de superfície é apenas ligeiramente inferior à área total das terras emersas da Terra.[10] Enquanto Marte é maior e mais massivo do queMercúrio, Mercúrio tem uma densidade mais elevada. Isso resulta em uma força gravitacional ligeiramente mais forte na superfície de Mercúrio. Marte é também mais ou menos intermediário em tamanho, massa e gravidade à superfície entre a Terra e a Lua (a Lua é cerca de metade do diâmetro de Marte, enquanto que o da Terra é duas vezes maior que o de Marte. A Terra é aproximadamente dez vezes mais massiva que Marte, e a Lua dez vezes menos massiva que Marte). A aparência vermelho-alaranjada da superfície marciana é causada por óxido de ferro (III), mais comumente conhecido como hematita, ou ferrugem.[11]
[editar]História de observação e exploração
Comparação do tamanho dos planetas (da esquerda para a direita): Mercúrio,VênusTerra e Marte.
Marte é conhecido desde a antiguidade, e destaca-se no céu pelo seu aspecto avermelhado; devido a isso é conhecido como o "O Planeta Vermelho". Os babilónios já faziam observações cuidadosas do que eles chamavam de Nergal (A Estrela da Morte), mas tudo o que viam tinham propósitos exclusivamente religiosos. Os gregos são os primeiros a fazer observações mais racionais e identificaram Marte como sendo uma das cinco estrelas errantes (planetas) do céu. O astrónomo gregoHiparco (160 - 125 a.C.) verificou que Marte nem sempre se movia de oeste para leste. Ocasionalmente, o planeta invertia o seu caminho no céu para a direcção contrária; para depois voltar a deslocar-se normalmente; esta característica tornava a procura do planeta muito difícil e era contrária à teoria vigente de que a Terra era o centro do universo.
As observações do movimento aparente de Marte feitas por Tycho Brahe (1546 - 1601) permitiram a seu discípulo Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico.
Em 1655Christiaan Huygens faz experimentações com novos óculos e nesse mesmo ano constrói um bom telescópio com uma ampliação de 50x. Em 1659, quando Marte se encontrava em oposição, Huygens decide ver Marte com o seu telescópio e distingue manchas no disco do planeta e no seu esboço faz uma marca em forma de V, o que é hoje identificado como Syrtis Major. Huygens notou que a marca se movia, e assim calculou a rotação do planeta, anotando no seu diário: «A rotação de Marte, como a da Terra, parece ter um período de 24 horas.»
O ano de 1877 foi um ano-chave para os estudos do planeta, já que Marte se encontrava numa oposição muito mais próxima da Terra. E assim, o astrónomo norte-americano Asaph Hall descobre os satélites naturais de Marte: Fobos e Deimos; e o italiano Giovanni Schiaparelli dedicou-se a cartografar cuidadosamente o planeta; com efeito, ainda hoje se usa a nomenclatura criada por ele para os nomes das regiões marcianas: Syrtis Major, Noachis, Solis Lacus, entre outros nomes. Já a nomenclatura das observações de Marte na Madeira em Agosto e Setembro de 1877 por Nathaniel Greennão prevaleceram. Essa nomenclatura tinha nomes mais antigos e honrava personalidades da astronomia.
Schiaparelli também acreditou que observava umas linhas finas em Marte, a que baptizou de canali (canais). Em inglês a palavra foi traduzida como canals em vez de channels, o que implicava algo de artificial, o que despertou a mente do aristocrata norte-americano Percival Lowell que se dedicou a especular sobre vida inteligente em Marte. Lowell estava tão entusiasmado que montou o seu próprio observatório. As suas observações convenceram-no que Marte era um planeta que estava a secar, e que existia uma antiga civilização marciana que construiu esses canais para drenar as calotas polares e enviar água para as cidades sedentas.
Essa ideia de uma civilização marciana passou para a imaginação popular. H.G. Wells escreve A Guerra dos Mundos em 1898 em que a Terra seria invadida por marcianos que usavam armas poderosas. Em 1938Orson Welles fez uma adaptação do conto para a rádio o que causou o pânico generalizado[1] e que levou a que algumas pessoas fugissem e outras afirmarem que sentiam o cheiro do gás venenoso lançado pelos marcianos ou que viam luzes ao longe, da luta dos marcianos para se apoderarem da Terra.
Mais tarde, provou-se que a grande maioria dos canais eram apenas uma ilusão de óptica. Na década de 1950, já quase ninguém acreditava em vida inteligente em Marte, mas muitos estavam convencidos da existência de musgos e líquenes primitivos.
Em plena Guerra Fria, quando as potências da época Estados Unidos e União Soviética se envolveram numa corrida espacial, os soviéticos são os primeiros a tentar enviar sondas espaciais a Marte para descobrir o que se passava no planeta e pode-se dizer que obtiveram um sucesso parcial. Em 1971, eles lançaram as sondas gêmeas Mars 2 e Mars 3, ambas equipadas com módulo de aterrissagem. As duas sondas conseguiram orbitar Marte e fazerem a descida dos módulos, porém o módulo da Mars 2 falhou durante a descida e chocou-se com o planeta em local desconhecido. Já a Mars 3 encontrou uma tempestade de areia que cobriu todo o planeta e a sonda, ao aterrissar com sucesso, conseguiu apenas enviar uma foto da superfície durante 15 segundos antes de falhar, tornando-se o segundo objeto construído pelo homem a tocar o solo marciano. Os soviéticos já haviam lançado outras sondas antes, mas de pouco sucesso. Os norte-americanos tiveram sucesso com a segunda tentativa através da sonda Mariner 4 que, em 1965, orbita Marte e consegue tirar a primeira fotografia próxima do planeta, juntamente com outras vinte e uma,[12]</ref>[1] mas de muito fraca qualidade.
20 de Julho de 1976, a sonda norte-americana Viking I pousa[1][13] em Chryse Planitia, uma planície circular na região equatorial norte de Marte, perto de Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície.[14] A sonda gémea, a Viking II pousa a 3 de Setembro do mesmo ano em Utopia Planitia. Estas duas sondas operaram durante anos, até que as suas baterias falharam. Com esta missão, as ideias de uma civilização marciana e de vida primitiva ao nível de musgos foram postas de lado, mas dúvidas quanto a existência de bactérias continuaram a persistir.[12]
A sonda Mars Pathfinder chega a Marte a 4 de Julho de 1997 e pousa em Chryse Planitia, na região de Ares Vallis, libertando um pequeno veículo robô que explorou e investigou diferentes rochas, verificando a origem vulcânica de uma ou a erosão causada pelo vento ou pela água de outras. Entretanto, a sonda de pouso enviou mais de 16 500 imagens e fez 8,5 milhões de medições à pressão atmosférica, temperatura e velocidade do vento. A 11 de Setembro do mesmo ano, chega a sonda Mars Global Surveyor, e a sua missão consistiu em fotografar o planeta com uma resolução muito maior que as missões anteriores conseguiriam fazer.[5]

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